Entrevista com Sidónio Bettencourt na RDP Açores

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27.3.09

Asas Nuas















Enquanto a noite adormece
em redor caem as folhas
tocadas pela brisa fria invernal.
O chão se estende e as recebe
como a um cobertor que o acolhe afinal.
Apenas as minhas pálpebras
erguidas como torres firmes inflexíveis,
reclamam uma noite sem guarida,
sem leito nem estrelas
e já a lua se esconde na escuridão.
Recolho-me então à minha solidão.
Nos seus aposentos me revelo
e conto meus mais secretos anseios,
aqueles que não conto a ninguém!
Porque quando os contei
foi quando, de novo, os chorei!
Não mereço olhar nem ver
ao espelho meu sorriso,
ele me trai continuamente,
porque seu brilho me mente,
me inunda de amor e paixão
que me rouba a tranquilidade,
me perturba até à exaustão,
e me acorda dos sonhos que me deu.
Não posso voar...
Não perdi as asas de anjo!
Fui perdendo as penas e as plumas!
Um dia uma, outro dia algumas,
e hoje tenho as asas nuas.
Pedem-me que as torne a cobrir
porque tremem de frio e medo,
mas não sou capaz de prosseguir.
Vou deixa-las desmaiar
até a vida as abandonar
e já não serão mais parte de mim...

S

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