Just a Silent thought to share
21.3.11
Noite
A noite veste os campos e deita-se no mar.
A brisa acaricia seus contornos delicadamente
e a lua permite um olhar sereno e envolvente.
Olhas-me simplesmente.
Deixas que as palavras se escondam envergonhadas,
enquanto olhamos a noite como um leito de sonhos.
As mãos encontram-se timidamente
e um sorriso difarçado solta-se subtil.
Assim descobres-me entre pedaços dispersos de nada
e fazes-me regressar a mim, tal como sou,
cristalina e frágil, doce e meiga, alma encantada,
mulher que renasce!
Permito que o teu rosto deslize no meu,
e que os lábios se dilatem quentes e macios
no anseio inesperado de uma descoberta adocicada.
Fazes de mim um chama suave e perfumada,
tuas pálpebras fecham as minhas em carícias
e cada gesto demorado traz suspiros de profundo desejo.
Não me tocas,
vais tocando...
Sentes-me trémula, de tímida sensualidade,
vontade,
ansiedade e fulgor,
em teus braços envolvida com paixão.
Descobres-me enquanto permito a tua invasão,
adivinhas meus desejos e atreves-te desmedidamente...
Estás em mim finalmente.
Entrelaças-te na minha pele,
nas brasas de um encanto só meu,
nos secretos prazeres que só eu sei desenhar
a traços de lava escorrendo sem permissão...
Indefinidas as coordenadas,
perdidos os sentidos da razão,
asssim rolamos nos lençóis da noite,
nas labaredas que os teus dedos despertam em meus recantos,
nos orgásmicos gemidos que se sucedem
quando me arrebatas a um mundo de encantos.
Entra em mim e regressa,
volta na magia de todos os teus anseios,
na vertigem de todas as esperas,
e invade-me de prazer e gozo,
de estonteantes toques,
de beijos suaves...
beija-me com o sabor que nunca outros lábios provaram em ti.
Faz de mim um canteiro de flores,
planta em mim perfeitos odores
e da-me pétalas de todas as cores que o amor pode conter!
Mostra-me um sonho que nunca conheci,
sussurra-me de amor
e faz-me leito
onde vertes todas as tuas mais doces emoções.
Toca-me
e descobre os meus desejos virginais,
abre-me sorrateiramente e entra em mim
faz-me parte de ti enquanto a noite ainda nos inebria.
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