Entrevista com Sidónio Bettencourt na RDP Açores

Just a Silent thought to share

16.9.12

O vinho do meu corpo




Enquanto tu, poema flamejante,

desces-me a pele vindimada,

soletras tua sede com desvario

e imprimes-me em telas de areal deitado!

Pudera eu decifrar meus balbuceios

na vertigem de uma noite descalça,

e nas pausas do teu fôlego apressado

respirar profundamente arrebatada!

Sacia-te no meu colo dilatado!

Que a tua fome se despeça lentamente

e que meus aromas sejam destilados

finalmente,

entre os teus.

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