Aprendi a alimentar-me de dor
A suportar o amor imenso,
A deixa-lo desperdiçar no riacho do
tempo
A apaga-lo sem sucesso…
Habituei-me ao sonho,
Esqueci a ilusão,
Porque a realidade do que sou
Me basta
Para que o coração
Continue ardente,
Carente,
Na busca de um nada
Que nunca terei…
Mas nesse devaneio sobrevivo,
Vivo,
Sou eu mesma,
Conhecida de mim,
De quem me desvenda,
De tantos quantos me doem,
Me beijam,
Me saciam,
De fome…
A quem me despe sem classe
Eu devolvo ao seu nada
Que é menos do que o meu...
Porque afinal eu sou tanto!
Aquele enorme quanto
Que tu desejas em secreto,
E não denuncias ao certo,
Pela dúvida
De que eu seja
Aquela que te beija
Como ninguém ousou,
Com alma,
Com suspiro e beleza,
Com a firme poção da vida...
E te convida
A uma dor eterna
De amar e amar…
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