Esta saudade que grassa em minha alma
Percorre os dias, as horas, os minutos
Banha-se nas tardes de Outono, nas canções calmas
Triste, apresenta namorados, amores fortuitos
E na dança fugidia dos momentos
Cores incertas, a circular ao redor dos dias
São palavras, semblantes de outros sentimentos
E o passado confunde-se com o presente,
No intervalo das ondas e do mar
Brinca a luz, incerta e incandescente
E morre o poeta, sem nunca sentir, sem nunca amar
Esta utopia é saudade em tom real, é amor transparente
E nada cabe neste tempo irreal, nesta eternidade de
agora
Tudo o que sabe a esta saudade é terrivelmente
irremediável
É do tamanho do universo, incomensurável na sua
plenitude
Triste dança, para sempre à espera de par
E nesta noite imortal, a saudade é amiga
Cúmplice de mim mesmo, do meu medo
Para sempre será primordialmente escondida
Lacrada dentro do meu peito
Morrerei assim: sem horas nem cordas
Sem aqueles toques tão teus, tristes, estão algures no
tempo esquecidos
Que mesmo brancos, são horizontes longínquos,
coloridos
Perdurarão nesta eternidade de nós dois
Um dia, um qualquer pêndulo ondulará
Soará numa qualquer parede pelo tempo desgastada
Observando almas tristes e perguntará
Quem no fim de tudo, esquecida, foi fortemente amada?
E responde de cor branca, na eternidade deste momento...
JCosta
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