Entrevista com Sidónio Bettencourt na RDP Açores

Just a Silent thought to share

28.12.10

Neve

há um frio que invade,
uma lágrima que gela e não cai,
um dia sem cor, parecendo vazio
águas paradas de um rio,
vento que não sopra,
tempo que sobra,
e apenas cresce a solidão.
Quando menos se espera então
há um abraço inesperado,
um beijo segredado
e tudo o que era frio e gelado
se torna numa lareira acesa.

Emoção

Não há penhasco tão alto,
nem despenhadeiro tão profundo
que defina a dimensão de um momento feliz.
Porque é indecifrável o ar que inspiramos,
o que no olhar aprendemos,
o que uma lágrima pode conter,
o vazio que parece se apagar,
a voz que se solta e regressa,
o grito que esvoaça,
leva e trás a liberdade com que se sonha
algo que é mais íntimo que um pensamento!
A emoção de um momento
que se sentiu, que se sente
que se procura repetir
porque foi feliz!

Flutuando...






São águas silenciosas...

Flutuando em seu manto azul
eu fecho os olhos ao sol e aprendo uma ilusão...

O barco segue, em passos lentos,
permitindo ao tempo parar por instantes,
para que os sons penetrem no coração.

É gostoso estar assim, abraçada ao perfume
que a bisa revela por instantes,
ouvir atentamente os sons cintilantes
do borbulhar meigo que meus dedos conseguem tocar...

Continuo sem olhar,
naquela deriva sem medos, entregue a si,
imaginar tudo o que eu nunca vi
e deixar que poisem em mim sentimentos e emoções...

Sinto o sabor de uma felicidade,
a dissipação de uma saudade,
um beijo apenas,
surpreendente,
e tudo se acende
como estrelas deitadas no chão,
tapete de águas estreladas
em tom de recepção real...

Cheguei afinal
ao porto de um sonho
onde tu
és farol...
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