Entrevista com Sidónio Bettencourt na RDP Açores

Just a Silent thought to share

30.7.09

JUST A SILENCE















There’s no sound
Crossing the shaddow of your voice...

A rainbow dropped from the sky,
No colors, no bright, nor a single noise...

Remains in me, however,
Every word of courage,
Each smile borned from nothing,
Meaning everything,
Touching soul and heart,
Touching lips never kissed...
A never ending moment of magic,
Never confessed,
But never denied too…

Behind a silence
I still hear
Only you.


S.

4.7.09

Rasgo














Céu que rasguei na minha desilusão!
Perdoa meus braços cançados que te feriram!
Dividi-te para não te repartir!
Depois resolvi fugir
E apagar as tuas cores!
As do meus amores
Que insistiam em me acordar
das minhas ilusões...
Mas, um dia, prometo!
Vou restaurar-te por certo!
Vou deixar-te incólume, perfeito...
Como se nunca antes houvera
quem te roubasse a Primavera!

S.

Matinal












No espectro das tuas cores oh céu azul e rosa...
és espelho das minhas fantasias e sorrisos plenos!
Trazes-te a mim em manhãs radiosas
com melodias de mar e de rio, serenos...
Colas em mim esse véu delicado em poema
como seda que minha pele acaricia,
a meus desejos mais ocultos acenas
e das-lhes a dimensão de um novo dia!


S.

FRAGMENTO


















Unidas as mãos,
Mergulham no emaranhado
E soletram a desconexão dos sentidos…
Nada se pertence nem se conhece,
As arestas eriçadas, vértices quebradiços,
Perdido o nexo,
A emoção desvanece
Num nada complexo…

Mescla indecifrável de dias inteiros,
Olhares pronunciados,
Palavras enlodaçadas
Que sentem as asas pesar…
E o vento não as leva consigo,
Nem arrasta o perigo
Desse veneno letal
Que se finge manancial
De amor…

A mente contorce-se,
Os sons levitam,
As vidraças estalam
Ante o grito da fuga
E os anseios falam…

Perante o fio da espada,
Desembainhada por desilusões,
Deambulam as verdades
Contra as paredes do tempo,
Deixando um rasto de fel…
De vidraças está traçado um trilho
Nas irregularidades da esperança,
Onde foi chorado o vinho ensanguentado…

Mas…
De pés traçados,
Passos se fortalecem.
E o horizonte chama,
Ainda incógnito,
Ainda retido na dúvida,
Mas alvo único,
Por decifrar,
Por focar,
Querendo dar-me o sol…

As mesmas mãos solitárias,
Enterradas no labirinto do tempo,
Vão vencendo os enigmas…
Desfalecidas mas determinadas,
Doridas,
Por vezes desmaiadas,
Ou prostradas,
Mas se unem, se descobrem,
Constroem pilares de um novo dia
Que, embora distante,
Chegará!



S.

3.7.09

TEMPESTADE














Rebusco a vida e hoje não sou a de ontem.
A lua aparta o sol e impõe-se, quase apagada…
Velejam meus sonhos
Entre destroços de silêncio, entre o nada
E o mar se aquieta…
Tempestade sou eu, dentro e fora,
Detida nas grades do invisível,
Da estrada de pó,
Oásis impossível,
Fragrância amargada,
Relva seca,
Rosa desmaiada…
Hoje não sou a de ontem.
Sou a de amanhã
Enquanto a alma o ditar…


S.

2.7.09

Verbos Entrelaçados


















A manhã veste-se
E o seu olhar poisa no único rosto que ontem
Lhe enfeitiçou as pálpebras quando adormeceu!
Ela sorri enquanto saboreia a ilusão,
Espreguiça-se como o abraço que não deu,
E adivinha o beijo.
Onde estariam agora seus lábios?
Não importa.
Estão com ela…em seus delírios imaturos…
Em seus anseios inconsequentes,
Em suas mais deliciosas fragrâncias,
Seus segredos…
Ela se rende apenas em oculto.
Ela sente, adivinha… ela sabe…
Que se acordar ele não está,
Que nunca lhe dirá
Que o sonhou.
Tocou,
Acarinhou,
Saboreou,
Desvendou,
Partilhou,
Se entregou…
Em verbos entrelaçados…
Que foram apenas palavras
Soltas a uma brisa de verão,
A um poema, a uma canção
Sem voz.

S.
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