Entrevista com Sidónio Bettencourt na RDP Açores

Just a Silent thought to share

16.4.12

O tempo é um uniforme que teimamos querer despir, mas ele instala-se na pele resistente e teimoso... para nos ensinar que o segredo reside na forma como o cuidamos...
Por vezes nem é fácil esconder, nem é possível esquecer, tão pouco o tempo dissipar ou sequer a novidade conseguir restaurar... Nada toma o lugar que se dá porque já não é nosso.
Deixo na estante do silêncio a vaga de um momento sem cor nem som. Chama-se tempo de reflexão de onde nada brotou além de uma incógnita que já prevalecia...
Que se calem as minhas insanidades num beijo apenas, arrebatado no impulso do olhar com que sou cativada até ao âmago, mas não denunciado.
Quando não escrevo é porque o Inverno venceu-me arrancando-me a vida por inteiro, vezes sem conta... mas, quando escrevo, sinto a hemorragia dos sentidos sem que me esconda nas incertezas, porque escrever é saber ler o que se sente e por isso mesmo, sentir é viver, de vez em quando...

13.4.12

Sonho



Frágil
enquanto delirante
as águas quietas traidoras chamam por mim
E eu não caminho
vou desmaiando
sobriamente
consciente
desse pântano que me segreda...
neu sorrir está leproso,
o meu resto é poroso,
e o que sobra esvai-se em seco.
Então desço às turvas
de onde não renasço
e disto
de tudo
como sonhei.
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