Entrevista com Sidónio Bettencourt na RDP Açores

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6.1.11

Ao Mar




Vens na malícia desse bailado
De mil perfumes enfeitado
Enquanto disfarças teus perigos e me prendes…

Desmaias repetidamente em vénias soberanas
Desse teu azul rolante,
Desse teu olhar de amante,
Nessa majestade de manto estendido desafiando os céus!
E arrebatas-me o fôlego mais íntimo de todos os meus tremores…

Então enfeitiço-te deslizando meu corpo em ti,
Beijo-te sem pudor e rasgo-te infrutiferamente,
Porque embalas-me em silêncio roubando-me o norte
E vences-me com a suavidade dos teus lençóis…

Tu sabes que dissipas todas as minhas memórias,
Sabes que torno a ti sempre depois da fuga e do pânico das inglórias.

E tu continuas meu senhor e minha inspiração,
Arrepiando meus olhares mais atrevidos,
Meus lábios intumescidos, dilatando,
Naquele sorriso de sal e sol
Que apenas tu sabes acender cantando
Nas labaredas dos teus horizontes mais ardentes!
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