Entrevista com Sidónio Bettencourt na RDP Açores

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9.8.09

A cor das minhas mãos














Tenho nas mãos uma cor.
Um escorrer lento e interminável de voz,
entre transparências e opacidades
cujas nuances dançam de azul a sol,
de erva a brancura,
de negro a rosa perfumado...
Eu apenas olho e contemplo,
bebo seu brilho que me invade,
acaricio o poema que cresce em mim
e sorrio.
Não sei desolhar.
Não me distraio nem esvoaço
enquanto em minhas mãos suar
essa cor de rio e raio de luz.
Perco-me embriagada
e penetro no paradisíaco imaginado...
Corro e flutuo entre pétalas,
abro folhagens entre gotas que me beijam a face,
escrevo a dedos no vento
e sopro-o para onde o brilho ordenar,
de onde emanam as águas
do rio de cor
que escorre em minhas mãos ainda...
Mas, como tudo finda,
fecho as mãos não querendo,
despeço a fantasia
e volto ao casulo
que fui um dia.

S

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