Entrevista com Sidónio Bettencourt na RDP Açores

Just a Silent thought to share

22.10.11

Conta-me do teu Azul







És um ponto, ao longe, que se dilata no meu olhar.

Abraças, por instantes, o infinito que te absorve para sempre

E desenhas, no invisível,



a paz e o silêncio de todos os momentos.

Ai! Quantos suspiros contidos em tua alma!

Tantas cores que se resumem num único novelo azul!

E tens o sabor de todos os orvalhos que o sol beijou,

Tens todos os segredos dos pássaros

E, no horizonte, um anel de chamas que te coroa.

Mas, nessa tal liberdade, és cativo de todas as chegadas,

Corres para um chão que te permitiu ascender ao sonho

Do qual tens a magia de nunca acordar…

Eu também estou aí

Nessa janela invisível, de um conto de fadas,

Nesse jardim de plumas brancas onde as nuvens têm pétalas

E os perfumes são todos quantos a imaginação permitir.

Conta-me do teu azul.

Dá-me as asas do vento e o seu sabor.

Decora a amplitude dos lençóis que te fazem levitar

E traz pedaços de céu e de mar…

Vem descendo sem pressa.

E traz um punhado de estrelas na mão.

E conta-nos...

Quantas delas têm os nomes de quem amas?

Quantas vezes espreitaste o sol que se esconde de nós…?

Quantos sonhos pensaste nesses breves instantes

Que se alongaram para a vida…?

Talvez não tenhas tido tempo de pensar,

Talvez tenhas aproveitado para seres tu mesmo e voar…

Talvez não sejas um anjo como tantos te desenham

Porque és um pouco mais…

Quando declamaste gestos de ternura num olhar sereno,

Quando encostaste o rosto suavemente

Deixando fluir a tua autenticidade,

E quando não esvoaçaste, porque estavas sempre aqui,

Onde a realidade existe.

És homem com asas no peito

De onde brotaram sonhos e medos,

Onde cada carícia tomava as proporções de um voo,

Onde houveram poemas que nunca escreveste

Mas que expressaste

no brilho intenso de embaixador dos céus!



A tua partida é o toque final de uma obra de arte.

Porque levas pedaços de todos nós

E os devolves nas memórias cheias de paraíso

do paraíso que ganhou o tom do teu azul,

Do azul que me contaste tantas vezes!

Nosso Herói!



Crystal

2011-10-22



Eterna Saudade



Tomás Ribeiro




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