Entrevista com Sidónio Bettencourt na RDP Açores

Just a Silent thought to share

18.9.10

Conta-me do teu Azul







És um ponto, ao longe, que se dilata no meu olhar.
Abraças, por instantes, o infinito que te absorve para sempre
E desenhas, no invisível, a paz e o silêncio de todos os momentos.
Ai! Quantos suspiros contidos em tua alma!
Tantas cores que se resumem num único novelo azul!
E tens o sabor de todos os orvalhos que o sol beijou,
Tens todos os segredos dos pássaros
E, no horizonte, um anel de chamas que te coroa.
Mas, nessa tal liberdade, és cativo de todas as chegadas,
Corres para um chão que te permitiu ascender ao sonho
Do qual tens a magia de nunca acordar…
Eu também estou aí
Nessa janela invisível, de um conto de fadas,
Nesse jardim de plumas brancas onde as nuvens têm pétalas
E os perfumes são todos quantos a imaginação permitir.
Conta-me do teu azul.
Arrebata-me ao teu mundo para que os meus poemas renasçam,
Faz-me voar sem queda nem apneia,
Dá-me as asas do vento e o seu sabor.
Lança-te em nome de todos os homens incapazes,
Voa na vez de todas as princesas,
Decora a amplitude dos lençóis que te fazem levitar
E traz pedaços de céu e de mar…
Vem descendo sem pressa.
Apanha-me um punhado de estrelas desse teu azul,
E conta
Quantas delas têm os nomes de quem amas?
Quantas vezes espreitaste o sol que se esconde de nós…?
Quantos sonhos pensaste nesses breves instantes
Que se alongaram para a vida…?
Talvez não tenhas tido tempo de pensar,
Talvez tenhas aproveitado para seres tu mesmo e voar…
Talvez não sejas um anjo como tantos te desenham
Porque és um pouco mais…
Quando declamas gestos de ternura num olhar sereno,
Quando encostas o rosto suavemente
Deixando fluir a tua autenticidade,
E quando não esvoaças, porque estás sempre aqui,
Onde a realidade existe.
És homem com asas no peito
De onde brotam sonhos e medos,
Onde cada carícia toma as proporções de um voo,
Onde há poemas que nunca escreveste
Mas que expressas no brilho intenso de embaixador dos céus.
O êxtase da tua chegada
É o toque final de uma obra de arte.
É o selo de garantia de mais uma vitória,
É a prova de que nunca, por vencido, te tenhas…
Porque levas pedaços de todos nós
E os devolves cheios de paraíso
Como que nos resgatando de todos os infortúnios.
Porque aboliste todos os teus medos
Para carregar os nossos para longe.
Porque o teu retorno é o sepultamento de todos os inimigos,
É a esperança que ganhou o tom do teu azul.
Do azul que me contas tantas vezes…
Herói!
Jura por tua honra
Que todas as tuas partidas são os passos da tua chegada.


Poema original, especialmente dedicado ao Herói Tomás Ribeiro e a todos os tropas Paraquedistas que partilham da mesma essência e da sua amizade.
Partilho o meu abraço solene e os votos de que muitos anos nos permitam desfrutar de tão pura amizade.

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